quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Será que sabemos como nascem os marginais?

O ambiente em que vive é desregrado? Os traficantes do bairro estão de olho, ajudam a família e, portanto exigem que a criança roube por eles? As drogas que lhe são apresentadas fascinam e não dá mais para evitar?
Pode ser por uma série de aspectos, quem sou eu para dizer, existem estatísticas e pesquisas que desconheço a respeito, e que não vou procurar agora por que hoje a pior delas me bateu forte. Existem coisas que me revoltam.
Soube através uma ex aluna que dois colegas de turma dela foram presos, um deles inclusive antes de ser preso foi expulso da escola
Lógico! Escola é o lugar de maior exclusão que eu conheço.
Dei aula para essas figuras o ano passado, eles me contavam a grandiosa arte de ganhar dinheiro no bairro, um deles vendeu milho cozido por algum tempo, num desses carrinhos, cujo dono, dizia ele, era muito bravo e não deixava comer nenhum milhinho se quer...O outro começou a trabalhar num supermercado próximo da escola, eu freqüentava quando tinha que ficar até mais tarde ou aos sábados no colégio, fiz uma série de elogios para o dono do supermercado, nem sempre muito verdadeiros, pois não era um bom aluno.
E daí. Não me arrependo das “mentirinhas”, foram para incentivar...
E no fundo tenho uma dificuldade muito grande em definir o BOM ALUNO, Quem ele é? Aquele que só respira e tira notas boas? Poxa! Eu não fui uma boa aluna então. E alem do mais, eu adorava esse pestinha que hoje está fazendo pós graduação em marginalidade, preso em alguma casa de detenção para menores infratores de Campinas.
Que Bosta! O cara (um adolescente) aparece com uma folha de maconha na escola. FOI EXPULSO. Seria cômico se não fosse trágico. É como se pedisse:
“Por favor, galera que sabe tudo de conteúdos de ciências, história, geografias, matemáticas e etc., venho através dessa folhinha de maconha pedir lhes atenção e conselhos, tenho a opção que sei estar errado, de viver perigosamente, usar drogas que me chegam de maneira mais didática que seus ensinamentos, mas se vocês me acolherem agora e me mostrarem outra forma eu topo, por isso estou aqui mostrando a minha outra opção. Quem dá mais!”
E é lógico que a escola não dá lhe tira inclusive o direito a ela, se não para estudar e obter conhecimento de pelo menos o de estar em meio aos bons.
Que raiva que me dá ser educadora nesse momento. E entregar aos leões os meus meninos. Que pena que a instituição escola não encara mais os desafios, é uma pena realmente por que não podemos olhar para um jovem na rua e dizer: “esse foi um dos meus alunos mais terríveis, olha só que orgulho, hoje é gerente dessa loja e ganha um salário maior que o meu”. Ou ouvir de um deles: “Professora, que saudade, gabaritei biologia no vestiba, lembrei das suas musiquinhas”
Ai que tá o problema salarial, não podemos dizer ganhamos pouco, mas nos orgulhamos do que fazemos, e dos serviços prestados a sociedade. Sei que muitos colegas ao ler isso vão dizer: Prefiro minha parte em dinheiro. Mas os marginais que nos roubam a bolsa ou o aparelho de som de nosso carro, são nossos educandos, passaram pela nossa mão e não fizemos nada para mudar a realidade desses sujeitos. Aí vivemos com medo, numa sociedade perigosa, e não nos damos conta que somos em grande parte culpados... Se não os únicos que pode mudar isso. QUE PODER nos foi concedido e em qual momento nos foi arrancada a esperança?
Meu Deus, o menino trouxe uma folhinha de maconha para a escola, ele pediu socorro... Ninguém dentro de uma instituição de ensino entendeu isso?

6 comentários:

  1. ou ele estava abraçando um "legalize já"..né?

    um bjo

    to com saudade do povo aí..

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  2. Lola, peço a Deus que meu filho encontre pela frente professores com a metade da sua dedicação e visão das coisas!!!! Vc é demais irmã!!!
    Te amo

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  3. Não sou diferente de ninguém, se eu estivesse lá não poderia mudar os acontecimentos, uma única vez fiz parte de um conselho de escola, e numa situação de expulsão a mãe do rapaz chorou e eu chorei junto e saí da sala dizendo que não se tratava de um eletrodoméstico que vem com defeito e vc vai trocar, era o filho dela...Então depois desse mico, a escola não parou de expulsar, eu que deixei de fazer parte de conselhos. Educação não pode ser a sorte de quem será a professora do meu filho, nós mães temos que prestar atenção constante em casa, o brincar revela os segredos.

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  4. Nossa não te conheço mas vc é demais acho mesmo que precisa mudar esse comportamento com a exclusão ao invés de dedicação bj

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    Respostas
    1. Se todos pensassem um pouquinho como vc tudo neste mundo seria diferente amor ao próximo começando da escola pública

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    2. Se todos pensassem um pouquinho como vc tudo neste mundo seria diferente amor ao próximo começando da escola pública

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